O FUTURO DA MOBILIDADE E DO SECTOR DAS ENERGIAS
Atualmente, metade da humanidade vive em cidades - um número projectado para crescer até 5 mil milhões até 2030 - com 95% dessa expansão urbana prevista para ocorrer nos países em desenvolvimento durante as próximas décadas.
Deste crescimento avassalador da população que vive nas cidades surge a necessidade de gerar empregos e prosperidade sem prejudicar a terra e os recursos.
O PROBLEMA
Perante o paradigma de crescimento que enfrentamos, o setor da energia torna-se crucial, acabando por ser um dos pilares do crescimento, desenvolvimento e competitividade das economias modernas.
Embora este sector seja fulcral para a produção de riqueza industrial, comercial e social, a produção energética - e respetivo consumo - exercem demasiada pressão sobre o meio ambiente:
Emissão gases efeito de estufa e poluentes atmosféricos
Uso excessivo dos solos
Geração de resíduos em excesso
Derrames de petróleo
Esta pressão contribui para as alterações climáticas, danifica ecossistemas naturais e o ambiente antropogénico, e tem efeitos adversos na saúde humana.
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
DANO AOS ECOSSISTEMAS
EFEITOS ADVERSOS NA SAÚDE
SECTOR DOS TRANSPORTES
O setor dos transportes tem sofrido um crescimento exponencial, desde 1990. Atualmente, é o setor que mais energia consome a nível mundial.
1/3
CONSUMO FINAL DE ENERGIA DOS PAÍSES DA AEE
(ASSOCIAÇÃO EUROPEIA DO AMBIENTE)
20%
EMISSÃO DE GASES DE EFEITO DE ESTUFA
Em Portugal, o setor dos transportes é também um dos setores de atividade com maior consumo de energia:
37.2%
CONSUMO FINAL DE ENERGIA PRIMÁRIA (2017)
75.5%
CONSUMO FINAL DE PETRÓLEO NO SECTOR DOS TRANSPORTES
É no setor dos transportes que urge inverter a tendência crescente de emissões, rumo à sua total descarbonização até 2050.
RUMO AO FUTURO
A União Europeia propôs a adoção de um plano:
40%
REDUÇÃO GASES EFEITO ESTUFA
(RELATIVO AOS VALORES DE 1990)
2030
Esta meta, se cumprida, permite-nos entrar numa economia de baixo carbono, implementando os compromissos assumidos no Acordo de Paris.
Alinhado com a estratégia europeia, o governo português elaborou recentemente:
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Plano Nacional Energia e Clima-2030 (PNEC-2030)
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Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050)
Os Objetivos:
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Explorar a viabilidade de trajetórias que conduzam à neutralidade carbónica
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Identificar os principais vetores de descarbonização
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Estimar o potencial de redução dos vários setores da economia nacional
ENERGIA & INDÚSTRIA
MOBILIDADE & TRANSPORTES
AGRICULTURA, FLORESTAS & OUTROS USOS SOLO
RESÍDUOS E ÁGUAS RESIDUAIS
Dos principais drivers de descarbonização do setor dos transportes destacam-se:
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Maior eficiência e reforço dos sistemas de transporte público
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Recurso a biocombustíveis e hidrogénio
OS BIOCOMBUSTÍVEIS
O recurso ao biocombustível traz consigo outras questões relevantes.
É crucial que a sua produção seja sustentável:
Utilização de biocombustíveis que não compitam diretamente com a alimentação, como é o caso do recurso à biomassa de origem florestal ou agrícola.
A adoção de biocombustíveis está dependente da sua compatibilidade com as infraestruturas existentes.
O biocombustível a adotar tem que ser molecularmente semelhante ao combustível atual, com características físico-químicas semelhantes.
Por exemplo, o Jetfuel tem uma composição extremamente regulamentada de modo a cumprir todos os índices de performance e segurança aeronáutica (densidade energética, ponto de fusão, ignição, etc).
A introdução de Jetfuel de origem sustentável em Jetfuel tradicional pode ser feita desde que cumpra a certificação para combustíveis sustentáveis para a aviação, bem como os limites de mistura, conforme se apresenta de seguida:
50%
FT-SPK
50%
FT-SKA
50%
HEFA-SPK
50%
ATJ-SPK
10%
SIP
LIMITE (%)
COMBUSTÍVEIS SUSTENTÁVEIS PARA AVIAÇÃO
O problema da descarbonização não se foca apenas no setor da aviação, também escala para os veículos terrestres. No primeiro trimestre de 2019, na União Europeia, apenas 8,5% dos carros novos registados eram alimentados por fontes alternativas de combustíveis (sendo que dentro destes 8,5%, estão incluídos os modelos híbridos). Para além disso, a eletricidade consumida por estes veículos tem origem em fontes fósseis, como o carvão. Daí a necessidade da aposta em investigação e desenvolvimento de biocombustíveis com origem no biohidrogénio e no biogás.
Estas soluções como o BioH2 e BioCH4 são promissoras, podendo ser aplicadas não só a veículos particulares, como a transportes coletivos. No caso do BioH2, a sua queima ou geração de eletricidade em pilhas de H2 produz apenas O2 e água, resolvendo o problema da libertação de CO2 nos centros urbanos. No caso do BioCH4, a sua produção pode ser feita recuperando CO2 industrial.